segunda-feira, 21 de novembro de 2016

É possível uma pessoa saber que é salva e que vai para o céu?


É possível uma pessoa saber que é salva e que vai para o céu?
Em resposta a esta pergunta, devemos primeiramente observar que, se a salvação fosse por meio das obras, tal certeza seria impossível. Uma pessoa nunca poderia estar completamente certa de ter realizado boas obras suficientes ou o tipo correto de boas obras. Além disso, se sua salvação dependesse da continuidade de uma vida perfeita, ela nunca poderia ter certeza de que continuaria a satisfazer esse requisito.
Aqueles que crêem que a salvação é dependente de seu caráter pessoal ou das boas obras invariavelmente traem esse fato através de sua fala. Você pergunta a um homem: “Você é salvo?” E é provável que ele responda: “Estou me esforçando para ser”. Em outras palavras, ele espera fazer o que for necessário para merecer a salvação, e nãorecebê-la como um presente.
Você pergunta a outro homem: “Você vai para o céu?” E ele responde: “Só vou saber quando eu morrer”. Ele tem a idéia de que Deus, naquela hora, vai pesar suas boas e más ações, e que seu destino dependerá de quais ações forem mais pesadas.
Você pergunta a um terceiro homem, e ele responde: “Espero que sim”. Ou “Acho que sim”. Ou ainda “Sou tão bom quanto os outros”. Todas estas respostas indicam que ele está tentando fazer por merecer a aprovação de Deus, mas nunca tem certeza de nada.
Entretanto, como a salvação é pela graça, é possível saber com total certeza quando se é salvo.
“Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência” (Rm 4.16a).
A única maneira através da qual Deus pôde planejar uma CERTEZA de salvação para a humanidade foi pela graça, mediante a fé.
Salvação pela graça significa que tudo depende de Deus e nada depende do homem. Quando tudo depende de Deus, não há possibilidade de fracasso.
Salvação pela graça significa que a vida eterna é um presente, é um dom. Uma pessoa sabe quando aceita um presente. Não há lugar para dúvidas.
A salvação pela graça baseia-se na obra consumada de Cristo. Como Ele completou Sua obra plenamente, o homem não precisa fazê-lo. O homem simplesmente aceita aquilo que Cristo fez por ele.

Como a salvação é pela graça, é possível saber com total certeza quando se é salvo.
Paulo sabia que era salvo. Ele disse:“Porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Tm 1.12)(ver Tito 3.5).
Os crentes de Éfeso sabiam que eram salvos, pois Paulo escreveu a eles: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).
Na verdade, todos os crentes destinatários das cartas do Novo Testamento são mencionados como aqueles que já haviam sido salvos e que sabiam disso.
Aos que mantêm suas convicções de que a salvação está de certa forma ligada a boas obras, parece presunção quando um cristão diz que é salvo. De fato, se a salvação dependesse, mesmo que em um grau mínimo, do que o homem é ou do que faz, então seria mesmo uma indescritível presunção ele afirmar ter a vida eterna.
Mas, como a salvação é pela graça, não há nenhuma presunção envolvida nisso. Dwight L. Moody entendeu isso quando disse: “Não me envergonho de dizer que sou um homem convertido; não há nisso nenhum crédito a mim mesmo!”
Os que negam que se possa saber se é salvo, ou não, são os verdadeiros culpados de presunção. Eles têm a presunção de contradizer a Deus. Ele diz que é possívelsabermos (1 Jo 5.13). Eles dizem que não. Portanto, eles chamam Deus de mentiroso (1 Jo 5.10).
Mas como, então, um cristão sabe que tem a vida eterna? Como ele pode ter certeza que é salvo?
A resposta na forma mais breve possível é que a certeza da salvação vem através da Palavra escrita de Deus.
Calendários
Quando Deus planejou o Evangelho da graça, Ele queria que aqueles que confiassem em Seu Filho soubessem, sem sombra de dúvida, que haviam passado da morte para a vida. Como Ele poderia atingir esse objetivo da melhor maneira? Qual seria a coisa mais certa, no Universo, sobre a qual poderia ser baseada a certeza da salvação?
O que proporciona mais certeza em todo o Universo é a própria Palavra de Deus. Ela diz uma coisa, então isso deve ser verdade. Não há possibilidade de erro, nem de falha, nem de engano. Os céus e a terra passarão, mas a Palavra de Deus nunca passará (Mc 13.31). Ela está firmada para sempre. Não há nenhuma possibilidade de engano quando se crê em Deus. É impossível nos decepcionarmos por confiar nEle.
Portanto, Deus determinou outorgar-nos a certeza por meio de Sua própria Palavra, a Bíblia. Nas Escrituras, Ele nos legou um testemunho garantindo de que todo aquele que crê no Nome do Filho de Deus tem a vida eterna.
“Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus” (1 Jo 5.13).
Em outras palavras, a Bíblia foi escrita por Deus para que todos os que crêem em Cristo possam saber que são salvos.
Se você confia em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, então pode saber que tem a vida eterna. Como você pode saber? Porque Deus fala isso em Sua Palavra. Nada poderia haver mais certeza que isso.

A Bíblia foi escrita por Deus para que todos os que crêem em Cristo possam saber que são salvos.
O problema com muitas pessoas é que elas preferem depender de seus sentimentos para saber se são salvas. Elas acham que, quando confiam em Cristo, vão experimentar sentimentos misteriosos e emocionais. Elas acham que passará uma sensação de calor por seu corpo, como ondas. Elas esperam algo como impulsos elétricos que farão tocar os sininhos da alegria. Quando esses fenômenos não ocorrem, essas pobres pessoas concluem que não são salvas.
Elas deveriam entender que a Bíblia nunca fala sobre sentir-se salvo. Elas estão procurando algo que Deus nunca prometeu.
Elas deveriam entender que os sentimentos são um guia não confiável, do qual não podemos depender. Eles variam de uma hora para outra. A certeza da salvação baseada em um fundamento tão incerto não seria digna de ter tal nome.
Essas pessoas deveriam entender que, como disse o Dr. Scofield: “A justificação ocorre na mente de Deus e não no sistema nervoso do crente”. É um fato que fica estabelecido no céu e não um sentimento que é estimulado no corpo.
Logicamente, é verdade que sentimentos de alegria freqüentemente acompanham a conversão de uma pessoa. Quem não se sentiria feliz em saber que é salvo? Mas o fato é que sentimentos de felicidade não nos asseguram que somos salvos. Pelo contrário, é o conhecimento de que estamos salvos, baseados na imutável Palavra de Deus, que nos faz sentir alegria.r
O ladrão na hora da morte não soube que estava salvo por causa de seus sentimentos de felicidade. O corpo dele estava destruído pela dor. Ele soube que estava salvo porque ouviu Cristo dizer: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43).Em outras palavras, ele baseou sua certeza na Palavra do Senhor.
A única diferença dos cristãos de hoje é que eles não ouvem a voz de Deus de modo audível; em nossa época Deus nos dá a certeza por meio de Sua Palavra escrita, a Bíblia.
Logicamente, a Palavra de Deus não é o único meio de termos certeza. À medida que crescemos na vida cristã, vamos obtendo a certeza através:
  1. Amor por nossos irmãos em Cristo (1 Jo 3.14).
  2. Um novo ódio pelo pecado (Mt 6.13).
  3. Um novo amor pela santidade (1 Jo 2.3).
  4. Uma sede pela Palavra de Deus (1 Pe 2.2).
  5. Uma consciência da direção de Deus, etc. (Rm 8.14).
No momento em que confiamos no Senhor Jesus, podemos saber que estamos salvos porque é isso que a Bíblia nos diz.

O que o Arrebatamento significa para nós hoje?

O Arrebatamento é um encontro. É o que afirma Paulo em 1 Tessalonicenses 4.16-17:“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”. Para completar o raciocínio, vejamos os versículos da Primeira Carta aos Coríntios que também falam do Arrebatamento: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Co 15.51-52).
O Senhor vem ao encontro da Igreja e a Igreja vai ao encontro do Senhor. Nesse momento os mortos em Cristo e os crentes vivos receberão corpos glorificados. E então nos reuniremos com o Senhor. Essa reunião não se dará sobre a terra; será nos ares, e de lá entraremos na glória celestial.
Todos os crentes serão reunidos num só momento, ajuntados e atraídos por um poder invisível, e todos desaparecerão da face da terra. O cientista norte-americano Thomas Alva Edison (1847-1931) ilustrou essa realidade futura fazendo uma experiência: misturou areia com limalha de ferro. Segurou um potente ímã sobre a mistura. De repente, a areia começou a se mexer deixando sair a limalha de ferro, que foi atraída pelo ímã e se grudou nele. Assim será o Arrebatamento. Os crentes serão retirados de onde se encontram e se reunirão com Cristo.

Existe um fenômeno que pode ser observado em toda a História da Igreja: quando uma igreja vivia ou vive na expectativa da volta de Cristo, era e é uma igreja viva e ativa.
Você anseia por esse momento em que o Senhor chamará desta terra os que são dEle? Paulo esperava pela coroa da justiça (2 Tm 4.8). Essa coroa está preparada e disponível não só para Paulo; todos os que“amam a sua vinda” terão direito a ela. Você ama a vinda de Jesus? Talvez responda “sim”, pensando apenas em livrar-se dos incômodos do dia de hoje. Talvez você gostaria de não precisar estudar para a prova de amanhã, não quer ter aquela conversa desagradável com seu chefe rabugento, sonha em não ter mais contas a pagar nem decisões a tomar. Você espera pela volta de Cristo só para que seus problemas desapareçam no ar? Isso não é amar a vinda de Cristo! Amar a volta de Jesus de verdade é viver uma vida totalmente voltada para Ele, condicionando todo o nosso agir a esse grande evento iminente.
Digamos que Jesus voltasse em uma semana. Como seria essa nossa última semana sobre a terra? Estudaríamos a Palavra de Deus todos os dias, buscaríamos profunda comunhão com o Senhor e estaríamos presentes em todos os cultos? Sim, com certeza iríamos participar ativamente de todas as programações na igreja e evangelizaríamos todos ao nosso redor. Fugiríamos do pecado, demonstraríamos amor ao próximo e pediríamos perdão a quem magoamos. Mas, por que não fazemos tudo isso agora mesmo? Jesus realmente poderia vir na próxima semana. Ele poderia vir ainda hoje!
Existe um fenômeno que pode ser observado em toda a História da Igreja: quando uma igreja vivia ou vive na expectativa da volta de Cristo, era e é uma igreja viva e ativa. Foi assim no início da Igreja. O apóstolo Paulo e as primeiras igrejas que foram se formando contavam com a volta de Cristo ainda em seu tempo de vida. A mesma coisa aconteceu no século 19 e no início do século 20. Houve um clímax na evangelização mundial. Muitas missões foram fundadas nessa época e milhares de missionários foram enviados aos campos pioneiros do mundo todo. Foi uma época de grande expectativa pela volta de Cristo, conjugada a intenso fervor missionário. Hoje, infelizmente, o amor pela vinda de Cristo está sendo abafado pelo materialismo, pela busca do bem-estar, de uma boa posição social e de lazer e entretenimento sem fim. Em resumo, em muitos lugares e em muitos corações o amor ao mundo sufocou o amor pela volta de Cristo. Pare e pense: que lugar a volta de Cristo ocupa em seus pensamentos? Que prioridade ela tem em relação às outras coisas da sua vida? Respondendo essa pergunta, você saberá como seu coração se sente quanto à breve volta do Senhor.
Ezequiel
Deveríamos fazer nosso o desejo do apóstolo Paulo: “O Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos” (1 Ts 3.12-13).
Na mesma carta, o apóstolo escreve sobre a dupla função de todos os cristãos que se convertem: “...deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos céus o seu Filho...” (1 Ts 1.9-10). Essa dupla função é servir o Senhor e esperar Sua vinda para buscar Sua Igreja para junto de si. Estamos cumprindo esses dois propósitos? Somente então teremos condições de responder ao anúncio de Jesus: “Certamente venho sem demora!”, com um sonoro “Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20). (Stephan Beitze — Chamada.com.br)

O Único Antídoto: O Poder do Espírito



Estes são tempos difíceis para todos os cristãos nascidos de novo. A apostasia parece estar crescendo exponencialmente. Os cristãos bíblicos estão tendo grandes dificuldades para encontrar igrejas que preguem e ensinem as Escrituras. Conteúdos extra-bíblicos têm atraído a imaginação de um número cada vez maior de cristãos à medida que eles se voltam para best-sellers religiosos e filmes “bíblicos” em vez de buscarem a Palavra de Deus escrita. Mesmo com o surgimento de ministérios de discernimento e de sites de “vigilância”, a confusão doutrinária vem aumentando e aparentemente não tem interrupção.
A Bíblia nos adverte de que tais condições iriam ocorrer e nos diz que não devemos nos surpreender quando elas de fato acontecerem. A Bíblia também nos dá algumas das razões pelas quais isto está acontecendo. As Escrituras declaram profeticamente: “Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2Timóteo 4.3-4). E também diz: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios...” (1Timóteo 4.1-3).
Se estamos nos últimos tempos ou nos últimos dias dos últimos tempos, deveria ser óbvio a todo cristão bíblico que a “sã doutrina” está sendo raramente “tolerada”. Na verdade, é irônico que no momento que o mundo ocidental está vivendo, em que o acesso à Bíblia nunca foi tão grande, o analfabetismo bíblico entre os cristãos seja tão abundante. Raros são os crentes que sabem os nomes dos doze apóstolos; mais crítico, entretanto, é o número de cristãos que têm dificuldade para explicar o Evangelho simples. O “desviar-se” da verdade, sobre o qual Hebreus 2.1 nos admoesta, tornou-se uma descida íngreme para a Igreja.
É irônico que no momento que o mundo ocidental está vivendo, em que o acesso à Bíblia nunca foi tão grande, o analfabetismo bíblico entre os cristãos seja tão abundante.
A Bíblia não subestima as lutas que acompanham a vida de um crente em Cristo – algumas dessas podem ser reveladas como os maus frutos da nossa velha natureza, mas outras são as consequências da oposição do mundo e de Satanás à Palavra de Deus. Jesus declarou: “Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou...” (João 15.20-22). Depois da ascensão de Cristo e do martírio de Estêvão, a Igreja foi dispersa por uma grande oposição ao Evangelho. O apóstolo Paulo, anteriormente um perseguidor dos cristãos, foi subsequentemente sujeito à perseguição depois de sua conversão e por todo o restante de sua vida. Todavia, ele afirmou: “Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8.36-37).
Pode parecer que provações contínuas na vida de um crente não poderiam levar a um bom final, mas Pedro nos mostra algo que vai além disso: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus” (1Pedro 4.12-14).
Poucos crentes no Ocidente já experimentaram o tipo de provação física que Paulo e Pedro descreveram, porém, há provações de um tipo diferente que são espiritualmente destrutivas, embora não sejam necessariamente físicas. Estas são as provações da fé de cada um de nós no âmbito da sedução religiosa, por exemplo, não ser enganado por falsos mestres populares e por doutrinas não-bíblicas, ser separado da comunhão por não compactuar com um novo ensinamento ou com uma nova prática que não tem apoio nas Escrituras, ou ser “um espinho na carne” de um grupo de estudos bíblicos por não abrir mão da verdade da Palavra de Deus. Estas são coisas que frequentemente geram conflitos simplesmente porque tentamos ser firmes na fé.
Então, como essa firmeza pode ser mantida sem causar conflitos e divisões? Não pode, exceto em raras circunstâncias onde houver uma disposição para o arrependimento e para a submissão à verdade da Palavra de Deus. Em nenhum momento as Escrituras prometem que não haverá oposição à Palavra de Deus. Pelo contrário, a Bíblia nos disponibiliza uma condição de “grande alegria” que acontece em nosso coração e capacita o crente a ser vencedor ou a lidar com a situação de maneira que seja agradável ao Senhor. Como isto pode ser realizado? A Primeira Carta de Pedro 4.14 nos diz: “...porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus...”.
Sete Cartas
A obra do Espírito Santo é absolutamente necessária na vida de um crente. Foi por isso que Jesus disse: “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. (...) Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (João 16.7,13-14). Todo verdadeiro crente em Jesus é nascido do Espírito Santo (João 3.5), selado com o Espírito Santo (Efésios 4.30), e recebe capacitação, poder e direcionamento do Espírito Santo (Romanos 15.13; Romanos 8.14), a fim de glorificar a Deus e viver a vida de maneira que seja agradável ao Senhor. De acordo com as Escrituras, esta é a única maneira através da qual um crente pode ser espiritualmente frutífero.
No final da década de 1960, Dave Hunt editou um livro de William Law intitulado The Power of the Spirit [O Poder do Espírito]. No século XVIII, Law escreveu An Affectionate Address to the Clergy [Um Discurso Afetuoso Para o Clero], cujo título completo era An Humble, Affectionate, and Earnest Address to the Clergy [Um Discurso Humilde, Afetuoso e Sincero ao Clero]. O livro foi impresso novamente em 1896 por Andrew Murray, um dos autores cristãos favoritos de Dave. Murray mudou o título do livro de Law para The Power of the Spirit, e disse sobre ele:
Confesso que em tudo o que já li, nunca encontrei ninguém que tenha me ajudado tanto a entender a verdade escriturística da obra do Espírito Santo. (...) Peço aos meus irmãos e irmãs no ministério que não façam apenas uma leitura apressada do livro. Estou certo de que um estudo paciente e em espírito de oração lhes trará uma grande bênção.
Dave concordou:
Tenho convicção de que Andrew Murray não foi exagerado em seu elogio a respeito desse volume escrito por Law. E, embora, como Murray, eu não possa concordar com todos os ensinamentos de Law, também creio que tudo o que está incluído aqui seja sadiamente baseado nas Escrituras.
Mais adiante, Dave observou a relevância dos escritos de Law para as atuais questões geradas a partir dos abusos espirituais dos pentecostais e dos carismáticos e da crítica dos cristãos conservadores e dos fundamentalistas:

Nada além da obediência ao Espírito, do caminhar no Espírito, e do confiar que Ele nos proverá contínua inspiração poderão guardar os homens de serem pecadores e idólatras em tudo o que fizerem.
O que William Law tinha a dizer é, creio eu, uma contribuição muito importante para a presente discussão. Ele repreendia o orgulho, a falta de amor, e as inconsistências de ambos os lados, e aparentemente não tomava o lado de nenhum dos extremos. Mas ele, inquestionavelmente, mantinha uma base escriturística para a atual manifestação integral e a vitalidade do cristianismo do Novo Testamento. Aos adeptos das denominações mais tradicionais, ele enfatizava a necessidade da soberania e do poder do Espírito Santo para hoje; e para os pentecostais, ele frisava o fato de que o poder do Espírito Santo é dado principalmente para capacitar o crente a testemunhar e a viver uma vida santa. E o simples delineamento daquela vida que ele apresentava trazia convicção do pecado e uma sensação de estar aquém do desejado tanto para os fundamentalistas quanto para os pentecostais.
O texto a seguir foi extraído do capítulo “A Habitação do Espírito de Deus Essencial para a Salvação”, da edição exclusiva de Dave Hunt do livro The Power of the Spirit para os leitores de hoje:
O Espírito do Deus triúno, que foi soprado em Adão quando este foi criado, foi o que tornou Adão uma criatura santa à imagem e semelhança de Deus. Um novo nascimento por meio deste Espírito de Deus no homem é tão necessário para fazer o homem caído viver novamente para Deus como foi, no início, para fazer Adão à imagem e semelhança de Deus. E um fluir constante dessa vida divina através do Espírito é tão necessário para a continuidade do homem em seu estado redimido quanto a luz e a umidade são necessárias para a vida continuada de uma planta. Uma religião que não é edificada completamente sobre essa base sobrenatural, mas que se baseia em parte sobre os poderes, os raciocínios e as conclusões humanas, não tem nada mais do que uma sombra da verdade em si. Tal religião deixa o homem com meras formas e imagens vazias, que não podem restaurar a vida divina à sua alma, assim como um ídolo de barro e madeira não poderiam criar um outro Adão.
O verdadeiro cristianismo não é nada a não ser a contínua dependência de Deus através de Cristo por toda a vida, luz e virtude; e a religião falsa de Satanás é buscar essa bondade em qualquer outra fonte. Portanto, o verdadeiro filho de Deus reconhece que “O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (João 3.27). Toda bondade vem de Deus tão certamente quanto toda vida vem de Deus.
A queda do homem de seu primeiro estado trouxe separação de Deus e, assim, trouxe separação da vida, da luz e da virtude que estão nEle. A salvação do homem, portanto, só pode ser realizada através da reconciliação do seu espírito com o Espírito do Criador. “Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2Coríntios 5.20), escreveu Paulo. Tampouco pode essa reconciliação ser realizada através dos esforços do próprio homem, mas ela deve, por sua própria natureza, ser um dom de Deus. Nenhum anjo ou homem poderia mostrar qualquer amor, fé ou desejo de estar com Deus sem que a semente viva desses afetos divinos tenham sido primeiro formados dentro dele através do Espírito de Deus. E como uma árvore ou uma planta pode crescer e dar frutos somente por meio de algum poder que primeiramente fez nascer a semente da qual a planta surgiu, assim também a fé, a esperança e o amor a Deus só podem crescer e frutificar por meio do mesmo poder que criou a primeira semente deles na alma. Portanto, a contínua inspiração e a obra do Espírito Santo no espírito do homem não são menos essenciais para a salvação, que Deus nos proporcionou através de Jesus Cristo, do que o próprio novo nascimento.
A vida divina no homem não pode nunca estar nele, mas é o crescimento da vida que procede de Deus. Portanto, é o resistir ao Espírito, apagar o Espírito, entristecer o Espírito, que fazem crescer todo mal que reina em uma criação caída e fazem dos homens e das igrejas uma presa fácil e inevitável do mundo, da carne, e do diabo. Nada além da obediência ao Espírito, do caminhar no Espírito, e do confiar que Ele nos proverá contínua inspiração poderão guardar os homens de serem pecadores e idólatras em tudo o que fizerem. Pois, tudo na vida ou na religião do homem que não estiver firmado no Espírito de Deus como sua fonte, direção e fim, sim, tudo será terreno, sensual e demoníaco.
A falta de (...) completa submissão à vontade de Deus e o fracasso em perceber que nossa salvação só pode ser gerada a partir do poder do Espírito Santo que habita em nós e que forma a vida de Cristo em nosso coração redimido, são as características que colocaram a Igreja cristã na mesma apostasia que caracterizou a nação judaica. E aconteceu na Igreja pelo mesmo motivo que aconteceu em Israel. Os judeus rejeitaram Aquele que era a substância e o preenchimento de tudo o que havia sido ensinado na Lei e nos Profetas. A Igreja cristã está em um estado de decadência porque também rejeitou o Espírito Santo, que lhe foi dado para ser o poder e o preenchimento de tudo o que fora prometido no Evangelho. E, assim como a rejeição dos fariseus a Cristo foi sob uma profissão de fé nas Escrituras Messiânicas, assim também os líderes da Igreja hoje rejeitam a demonstração e o poder do Espírito Santo em nome da sã doutrina.
A vinda do Espírito Santo foi tanto para cumprir com o Evangelho quanto a vinda de Cristo foi o cumprimento da Lei e dos Profetas. Assim como todos os tipos e figuras da Lei não eram nada mais que sombras sem a vinda de Cristo, assim também o Novo Testamento é letra morta sem o Espírito Santo nos homens redimidos com o poder vivo de uma completa salvação. Isto fica claro a partir das seguintes palavras: “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (João 16.7). Sem a cruz e a ressurreição, Cristo não teria “ido”. Estes eventos antecedentes possibilitaram a ascensão de Jesus, pois foi “pelo seu próprio sangue, [que Ele] entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. (...) Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus” (Hebreus 9.12,24). Assim, a vinda do Espírito Santo, sendo o fruto da morte, ressurreição e ascensão de Cristo, é essencial para o cumprimento da salvação que Cristo obteve.
Onde o Espírito Santo não é honrado como aquele através do qual a vida completa e o poder da salvação pelo Evangelho devem ser eficazes, não surpreende que os cristãos não tenham mais a realidade do Evangelho assim como os judeus não tinham mais a pureza da Lei. Por isso, os mesmos desejos pecaminosos e vícios que prosperaram entre os judeus apóstatas se expandiram com tanta força na cristandade caída. Pois o Novo Testamento, sem a vinda do Espírito Santo em poder sobre o ego, o pecado e o diabo, está para o céu assim como seria o Antigo Testamento sem a vinda do Messias. Será que é necessário falar mais para demonstrar a verdade de que a única coisa absolutamente essencial para a salvação do homem é o Espírito de Deus habitando e operando no espírito do homem? E o fato de estarmos ainda apegados a uma religião que não reconhece isto é uma prova concreta de que ainda não estamos naquele estado redimido em nossa comunhão com Deus, estado esse que é o objetivo do Evangelho. (T.A. McMahon — The Berean Call — Chamada.com.br)

O Vaso e Seu Oleiro

Saulo, mais tarde conhecido como Paulo, encontrava-se orando quando foi chamado pelo Deus eterno (At 9.11). O Senhor viu esse homem em oração, um homem piedoso e temente a Deus, um descendente de Abraão que certamente já orara muitas vezes durante sua vida (veja Fp 3.5-6). A oração era uma das características dos fariseus; alguns deles, porém, oravam apenas para serem vistos pelos homens (Mt 6.5). Paulo também era fariseu. Mas agora, pela primeira vez na vida, ele dirigia suas orações a Jesus Cristo. Deus reagiu imediatamente aos pedidos feitos em Nome de Jesus, ajudando Paulo na situação de aflição em que se encontrava e chamando-o para o ministério. A característica infalível que identificava e continua identificando alguém como cristão é orar em nome de Jesus (At 9.22). Essa constatação torna supérfluas todas as discussões acerca da divindade de Jesus: Seus primeiros seguidores eram reconhecidos por orarem a Jesus Cristo! O judeu chamado Jesus Cristo é Deus. Orar a Jesus é orar a Deus. E no momento em que Saulo voltou-se sinceramente para Jesus, clamando e chamando-o de Senhor, teve início em sua vida um processo que poderíamos ilustrar com o que acontece com o barro na roda do oleiro. O próprio Senhor chamou Paulo de“vaso escolhido” (At 9.15). Com sua oração a Jesus, Paulo abriu seu coração para a ação divina em sua vida pessoal, recebendo em troca um ministério a ser exercido para seu Senhor. Tornou-se um “instrumento escolhido”, como dizem outras traduções. E o Senhor começou a trabalhar em Paulo como trabalha em cada um de nós quando nos abrimos para Ele. Como Saulo, nós também somos vasos escolhidos por nosso Senhor Jesus Cristo (veja Tt 1.1; 2Co 4.7).

Sete características do vaso

Um vaso de barro tem sete elementos que o caracterizam:
  1. o material de que é feito;
  2. uma abertura para enchê-lo;
  3. o conteúdo para o qual foi fabricado;
  4. uma alça ou cabo para segurá-lo;
  5. seu fundo, sua superfície de contato;
  6. eventuais enfeites em seu exterior;
  7. a etiqueta ou selo do oleiro.

1. O material do vaso

O vaso é feito de barro, que deve ser mole e maleável. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Co 4.7).Essa é uma declaração importante: o tesouro está em vasos de barro. Os recipientes são frágeis. Precisamos ter isso em mente. Vasos de barro, de argila, de terra, somos nós, homens feitos do pó da terra. E vasos de barro significam conflitos, lutas, fraquezas e limitações humanas. Percebemos muito nitidamente essa realidade quando precisamos trabalhar em equipe ou quando nos reunimos em igrejas locais. A convivência expõe toda a nossa fragilidade. Não existem cristãos super-homens ou super-mulheres. Não existe uma experiência com o Espírito Santo que nos transforme em super-cristãos de um momento para o outro (basta ler o sóbrio conselho de Colossenses 3.13). As múltiplas exortações e as repetidas admoestações nas cartas do Novo Testamento nos mostram que, enquanto vivermos nesta terra, estaremos na roda do oleiro divino sendo moldados e transformados por Ele (2Co 3.18). Um oleiro trabalha peça por peça. Faz cada vaso individualmente. Um diferente do outro. Um vaso não é tijolo fabricado em série. Tijolos são prensados na mesma forma, todos com a mesma aparência. É o que todas as seitas almejam e o que os ditadores mais querem: fazer todos iguais, sem individualidade e sem personalidade. Mas nós somos bem diferentes, temos dons diferentes e capacidades distintas. Somos todos peças originais criadas por nosso Oleiro divino. Nosso Deus é muito criativo!

2. A abertura do vaso


Quando Saulo começou a orar, estava sinalizando sua receptividade e sua fome espiritual, como um filhote de passarinho abrindo o bico e pedindo comida.
Quando Saulo começou a orar, estava sinalizando sua receptividade e sua fome espiritual, como um filhote de passarinho abrindo o bico e pedindo comida. O Salmo 81.10 nos lembra dessa imagem: “Abre bem a boca, e a encherei”. O homem é como um recipiente a ser preenchido. Paulo enfatizou aos coríntios de coração estreito: “Para vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração. Não tendes limites em nós; mas estais limitados em vossos próprios afetos” (2Co 6.11-12).Paulo tornou-se um homem que tinha um imenso coração para com os outros, um cristão de coração alargado e dilatado em seu afeto por seus irmãos e irmãs em Cristo. Na medida em que nos abrimos para Deus, tornamo-nos bênção para outros. Jesus disse: “Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7.38). Como vasos de Deus devemos estar abertos para receber e abertos para dar.

3. O conteúdo

A responsabilidade é nossa: permitir ou impedir que o Senhor nos encha. Deus não força ninguém. Em relação ao vaso, o que importa é seu conteúdo. O que está em seu interior é sua única razão de ser. E a exortação de Colossenses 3.16 mostra que o processo não é automático, pois a Escritura ordena: “Habite, ricamente, em vós, a palavra de Cristo”.Nós somos responsáveis por aquilo que habita em nós e pelo que nos preenche (veja Ef 5.18).

4. A alça

Tomar chá em uma delicada xícara de porcelana chinesa é uma legítima acrobacia. A alcinha minúscula da xícara torna quase impossível segurá-la, e apesar de nosso esforço, ela balança entre nossos dedos. Por isso, as canecas grandes são as preferidas para o café de cada dia. Xícaras generosas, com uma boa alça. A facilidade em usar um recipiente torna-o mais usado ou menos usado por seu proprietário. Esse é um pré-requisito importante para que a vasilha seja usada conforme o planejado. Eis uma ilustração que podemos aplicar a nós.
Na vida de Paulo podemos acompanhar sua transformação radical. De furioso e fanático perseguidor de crentes tornou-se um homem bondoso e amável. Essa mudança foi tão profunda e completa que ele nem se envergonhava de usar a imagem de uma mãe amamentando seu filho para ilustrar todo o seu carinho e seu imenso amor pela igreja de Tessalônica (1Ts 2.7-8). Em Gálatas 4.19 ele menciona as dores e os sofrimentos de um parto para falar do sofrimento que acompanha o renascer espiritual de alguém a quem pregamos o Evangelho. A sua despedida de Éfeso evidencia o que ele havia semeado através de seu empenho altruísta e de seu trabalho intensivo entre os membros dessa igreja: amor e carinho mútuos: “Então, houve grande pranto entre todos, e, abraçando afetuosamente a Paulo, o beijavam, entristecidos especialmente pela palavra que ele dissera: que não mais veriam o seu rosto. E acompanharam-no até o navio” (At 20.37-38, veja também o versículo 31). Expressões como grande pranto e o beijavam sublinham a grata afeição que esses cristãos tinham por Paulo e o quanto valorizavam seu trabalho. Eles o amavam de todo o seu coração. Os efésios haviam encontrado o caminho a Deus através dos ensinos do mensageiro Paulo, que cuidou deles por alguns anos. Juntos eles superaram crises, foram edificados espiritualmente e amadureceram na sua fé em Cristo. Paulo frisou que trabalhou pessoalmente com cada um deles. Isso não aconteceu na corrida ou de forma anônima na multidão de uma mega-igreja. E Paulo não se empenhou pelos mais simpáticos ou mais fáceis de lidar. Todos foram aceitos na igreja como preciosos filhos de Deus, cuidados e pastoreados com carinho e dedicação. Tudo isso fazia de Paulo um homem vulnerável às frustrações e à dor que os relacionamentos humanos costumam trazer consigo. Ele permitia ser tocado pelos outros. Ele permitia ser usado pelo seu Oleiro.
Hoje em dia temos todos a forte tendência de formar grupinhos. Sentimo-nos confortáveis com aqueles que são como nós, que nos agradam e concordam conosco. Para alguns oferecemos a “alça” onde podem nos tocar. Para outros somos legítimos espinheiros, como vemos no exemplo de Diótrefes (3Jo 10). Fica a pergunta: somos fáceis de lidar ou pessoas difíceis? Somos complicados ou abertos aos irmãos? Nossa influência é positiva ou negativa? Somos vasos de bênçãos ou cactus espinhentos?
Lemos acerca de Moisés: “Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Nm 12.3). Como Moisés conseguia ser tão manso sem a ajuda da Psicologia ou da Psicoterapia? Em Hebreus 11.24-26 descobrimos Moisés na galeria dos heróis da fé: “Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão”. Moisés tinha de tomar decisões. Uma delas era escolher entre confiar em si mesmo ou confiar exclusivamente em Deus. Ele optou por ser usado por Deus. E foi transformado por Ele! Outra decisão sua foi escolher seguir a Deus ao invés de se agarrar aos tesouros e à sabedoria do Egito. Foi uma decisão de grandes conseqüências. E nós, como nos decidimos? Será que preferimos ficar sonhando com um tesouro como aquele encontrado no sepulcro do faraó Tutancâmon? Moisés teve essa opção de viver na riqueza, mas sua decisão foi outra. Ele fez a melhor escolha: optou por servir ao povo de Deus.

5. O fundo do vaso


Um oleiro trabalha peça por peça. Faz cada vaso individualmente. Um diferente do outro. Um vaso não é tijolo fabricado em série, prensado na mesma forma. Somos uma obra de arte do Oleiro divino.
Quanto maior o vaso, mais sua estabilidade dependerá de sua base. Um prato com fundo irregular fica girando na mesa. Parece engraçado, mas a refeição fica complicada. Uma tradução judaica diz em Jeremias 31.22: “Por quanto tempo ainda você ficará girando em círculos, ó filha rebelde?” (Zuns). Girar em círculos define muito bem o ritmo da vida natural, uma vida errante, com seus ciclos monótonos e repetitivos e sua espiral de prazer que nunca tem fim. Paulo apontava para uma direção bem diferente: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58). No Salmo 17.5 vemos o crente movendo-se não em círculos, mas com firmeza, com rumo e direção: “Os meus passos se afizeram às tuas veredas, os meus pés não resvalaram”. Rumo e direção tornam-se ainda mais importantes em nossa época, tão destituída de valores e com sua cultura cada vez mais ímpia. Como diz a Escritura, “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4.14).Com Jesus nossa vida está assentada sobre um fundamento firme. Sem Jesus construímos castelos de areia que a maré carrega.

6. Os enfeites

A passagem de 2 Coríntios 11.3 tem muito significado para os que já são “vasos escolhidos”: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e purezadevidas a Cristo”. Simplicidade e pureza, eis o lema de nossas vidas. Eis o que o Oleiro divino espera de nós. As mulheres do Novo Testamento exemplificam essa verdade quando são instadas a se adornarem com recato, sem exageros, buscando antes de tudo o adorno interior: “Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus” (1Pe 3.3-4; veja 1Tm 2.9). O contrário de simplicidade e singeleza seria aparência vistosa, enfeites em demasia e cuidados exagerados com a aparência exterior. A ética cristã enaltece os valores verdadeiros e a beleza interior, bem oposta à“concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16).Por isso devemos cuidar para não sermos contagiados pelas falsas avaliações dos meios de comunicação. “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.26-29). Diante da eternidade, muitos defeitos e fragilidades são completamente irrelevantes. Orelhas de abano, nariz grande demais... todas as coisas exteriores tornam-se simplesmente ridículas diante da grandiosidade da eternidade. Os “enfeites” de um vaso são secundários!

7. O selo de qualidade


Sem Jesus construímos castelos de areia que a maré carrega.
Na porcelana nobre, o selo de qualidade e a marca do fabricante ficam discretamente no fundo da peça. Sem chamar a atenção. Bem ao contrário das imensas etiquetas que vemos em certas peças de roupa. Para nós, o que importa é o selo divino, a marca de qualidade que Deus nos concede: “...visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração” (1Ts 2.4).“bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam” (Tg 1.12). “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15). “Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna” (1Tm 1.16). Isso é aprovação divina! Paulo, o vaso escolhido, o instrumento útil nas mãos de Deus, tornou-se exemplo para todos os cristãos por seu andar, seu agir e seu falar aprovado por Deus. Seus sofrimentos desempenharam um papel importante no processo, justamente como o Senhor Jesus profetizara a ele no início de sua carreira de cristão (At 9.15-16).

Moldados pelo sofrimento

O tratamento dispensado ao vaso durante sua confecção não é delicado nem suave. No início o barro é amassado e socado até ficar homogêneo e sem impurezas. Depois vem o acabamento, a retirada das sobras e saliências que tiram a beleza do todo. A analogia com nossa vida, já que somos vasos que Deus escolheu, torna-se bem evidente: também passamos por um tratamento doloroso até sermos úteis nas mãos do nosso Grande Oleiro. Certamente teremos de enfrentar sofrimentos e dissabores, perseguições e aflições, se quisermos ser aprovados como vasos úteis para nosso dono. Como exemplo, se argumentamos que o homossexualismo é anti-natural e perverso (basta observar a anatomia dos corpos), ou se negamos que o aborto seja um direito humano fundamental (como muitos pretendem que seja), e se também não aceitamos a tolerância religiosa absoluta, que chega a proibir a evangelização para que ninguém seja “coagido” a crer em Cristo, então devemos estar prontos a sofrer. Nessa era pós-moderna, a tendência é aceitar tudo e admitir todo e qualquer comportamento. Mas se os cristãos abrem a boca são atacados, ridicularizados e chamados de inimigos da democracia. “Pregadores do ódio” é um dos títulos que os cristãos verdadeiros recebem ao pregar a verdade bíblica. A criminalização do discipulado verdadeiro já está em curso especialmente em países da Europa. Vemos a democracia sem o temor de Deus desaguando rapidamente em anarquia e anticristianismo.
Os países da Reforma Protestante sentem fortemente o empuxo desse processo negativo. Muitos cristãos sentem-se desconfortáveis com sua fé que colide com a opinião geral. Ficam cansados, sem força e sem poder espiritual e desanimam de lutar contra um sistema podre e degenerado. Na prática, isso significa tentar pular fora da roda do oleiro e fugir do processo de confecção do vaso. A tentação é grande. Ninguém gosta de sofrer. Mas Daniel 11.32 nos estimula, dizendo: “...o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo”. O braço do Senhor não está encolhido para nos ajudar a enfrentar o que quer que nos sobrevenha nem estará encolhido para ajudar Israel na Grande Tribulação e no confronto com o Anticristo que virá e que já se delineia no horizonte.

De lixeiro a recipiente útil

Essa é a mensagem do vaso. Independente de nossa origem, do nosso nível intelectual, de nosso status social, da nossa aparência, e menos ainda do nosso passado pecaminoso, o alvo é o mesmo: “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra” (2Tm 2.20-21). Esse é o supremo alvo de Deus para nós que O seguimos. Ele deseja que sejamos “úteis ao dono da casa”. Nosso Oleiro Divino cumpre o que promete. Diariamente somos confrontados com tragédias e erros humanos. Não conseguimos entender como alguém pode atirar em inocentes sem motivo algum, como idosos trocam suas esposas por mulheres mais jovens ou porque a criminalidade cresce tanto. Mas não esqueçamos nunca que o homem sem Deus é capaz de qualquer coisa! É por isso que Jesus adverte: “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Temos a escolha: amar a Jesus ou não amá-lO. Permanecer em Cristo ou não permanecer. Ficar nas mãos do Oleiro ou rejeitar Seu tratamento conosco. Podemos optar entre ser usados por Deus como vasos úteis ou fugir do compromisso com nosso Senhor. Quando tomamos a decisão errada surgem os escândalos no meio cristão, até entre seus líderes. Estagnação é retrocesso. E o perigo de estagnar no discipulado é muito grande. O tempo passa, os anos se vão, e se não tomarmos cuidado, um dia seremos fósseis vivos, endurecidos como o barro na época da seca. Restaremos como utensílios imprestáveis e inúteis. Precisamos do Oleiro sempre. Precisamos continuamente de Sua ação e do Seu poder dinâmico que gera vida e nos faz úteis em Suas mãos. Precisamos nos manter na roda do Oleiro. A idade não importa. Sempre é tempo de sermos moldados pelo Senhor e transformados mais e mais na Sua imagem, para que resplandeçamos “como luzeiros no mundo” (Fp 2.15), no meio de uma geração pervertida e corrupta. Então seremos vasos úteis, para a glória de Deus! (Reinhold Federolf — Chamada.com.br)

Sete Certezas Sobre o Arrebatamento

Sete Certezas Sobre o Arrebatamento

Norbert Lieth
"Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.13-18).

Primeira certeza: os mortos não estão mortos

"Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem" (v.14). Esta certeza consiste em três partes:

a) No Novo Testamento, a ressurreição se refere principalmente ao corpo

O "dormir" dos crentes ou a expressão "os que dormem" dizem respeito aos corpos dos cristãos (At 13.36-37; Rm 8.10-11,23; 1 Co 15.35-46). A Bíblia não ensina o "sono" da alma! Por exemplo, o homem rico e Lázaro, depois que morreram, estavam respectivamente no reino dos mortos (hades) e no paraíso, mas absolutamente conscientes (Lc 16.19-31).
O corpo, que deixamos por ocasião da morte, "dorme"; mas o espírito do crente – sua personalidade, seu ser, sua consciência – encontra-se com Cristo a partir do momento da morte. O apóstolo Paulo estava totalmente convicto dessa realidade, motivo porque escreveu: "...tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor" (Fp 1.23).
Quando os saduceus discutiram com Jesus acerca da ressurreição dos mortos, Ele lhes disse: "E, quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou (Êx 3.6): Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos" (Mt 22.31-32).
O Senhor Jesus Cristo diz: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente..." (Jo 11.25-26).Em João 8.51 Ele também acentua: "...se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente." Se bem que o corpo adormece, o espírito daquele que crê em Jesus continua vivendo.
Em 2 Coríntios 5.8 está escrito que "deixar o corpo" significa ao mesmo tempo "habitar com o Senhor". Em outras palavras: assim que deixamos o corpo estamos com Cristo.
Romanos 8.10 se refere a uma verdade espiritual que já aconteceu, mas por outro lado essa verdade também se aplica ao futuro após a morte: "Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça."
Em 1 Tessalonicenses 4.16 lemos acerca dos "mortos em Cristo". Uma vez que Jesus ressuscitou e vive, também vivem todos os que dormiram nEle. Espiritualmente eles estão em Cristo e vivem com Cristo ("Pois a nossa pátria está nos céus" – (Fp 3.20), fisicamente eles serão ressuscitados.

b) A esperança de estar com Cristo

Mas a realidade é ainda mais maravilhosa, e isso também faz parte da certeza da salvação e do arrebatamento. Como cristãos, não dizemos por acaso: "O Senhor levou tal irmão ou tal irmã". Realmente é verdade que um cristão é buscado por Jesus, enquanto um não-crente é levado pela morte. A Igreja de Jesus não verá a morte: "Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança" (1 Ts 4.13). Os outros estão fora (v.12), não estão em Cristo!
O versículo 14 trata dos que dormem em Jesus: "Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem." Isso fica mais claro na Edição Revista e Corrigida: "Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele". Os cristãos que morreram foram postos para dormir por Jesus, assim como uma mãe ou um pai põem seus filhos para dormir à noite. Isso significa na prática: quando um crente morre, ele é buscado por Jesus, e assim não verá a morte. Estou convicto de que o Senhor está presente na morte de cada um de Seus filhos, para levá-los para junto de Si.

c) A garantia de que os mortos virão com Cristo

A promessa de que Deus, "mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem" é uma afirmação revolucionária. É importante observar que não está escrito: "trará para Ele", mas "trará, em sua companhia", ou seja, "trará com Ele". O próprio Senhor comunica ao apóstolo – e assim a toda a Igreja – que os mortos em Cristo não serão prejudicados de modo algum, mas que até terão a primazia.
Quando voltar, Jesus trará consigo os que morreram nEle, pois eles já estão com Ele (1 Ts 4.14-15), e ressuscitará seus corpos mortos em primeiro lugar (v.16). Somente depois disso acontecerá a transformação dos crentes ainda vivos, e então eles serão arrebatados juntos ao encontro do Senhor (v.17).
Examinemos o versículo 14 em duas outras versões:
"Visto que nós cremos que Jesus morreu e depois voltou à vida, podemos também crer que, quando Jesus voltar, Deus trará de volta com Ele todos os cristãos que já morreram" (A Bíblia Viva).
"Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele" (Edição Revista e Corrigida).
Portanto, isso significa simplesmente que os trazidos com Jesus em Sua vinda são os espíritos sem corpo dos que morreram em Cristo. Primeiro, seus corpos serão ressuscitados e juntados aos espíritos. Depois os crentes vivos serão transformados e toda a Igreja será levada para o céu com Jesus.
O fundamento dessa esperança de ressurreição foi criado exclusivamente por Jesus através da Sua morte e ressurreição. Disso consiste a força e o poder da ressurreição. Agora, o que importa é se cremos na Sua morte e ressurreição (v.14). Certa vez Jesus perguntou aos Seus discípulos: "Quem dizeis (ou crêdes) que eu sou?" (Mt 16.15). Então Pedro deu a única resposta certa: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (v.16). Na sua opinião, quem é Jesus?

Segunda certeza: o Senhor voltará pessoalmente

"Porquanto o Senhor mesmo... descerá dos céus..."(1 Ts 4.16). A ressurreição/o arrebatamento será o momento em que o Senhor Jesus deixará Seu trono no céu e virá pessoalmente ao encontro da Sua Igreja a fim de levá-la para a casa do Pai. Assim como um noivo vai ao encontro da sua noiva, o Salvador virá ao encontro dos que comprou pelo Seu sangue e os conduzirá para Sua glória.
O Senhor não enviará um anjo ou qualquer outro emissário para fazer isso, Ele virá pessoalmente. Então se cumprirá literalmente a promessa de João 14.3: "E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também." Assim como Ele em pessoa nos salvou e morreu na cruz por nós, assim como Ele mesmo foi preparar-nos lugar – Ele voltará pessoalmente para buscar-nos para Si, para que estejamos onde Ele está. Em inúmeras passagens do Novo Testamento somos conclamados a esperar a volta de Jesus a qualquer momento (por exemplo, em 1 Co 11.26; 1 Ts 1.10; Hb 10.37).

Terceira certeza: a palavra de ordem

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A Edição Revista e Corrigida diz: "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro". Segundo meu entendimento, o próprio Senhor dará esta palavra de ordem, pois Ele é o Soberano a quem todos os exércitos celestiais obedecem. Isso é indicado nas seguintes passagens:
"Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que todos os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão" (Jo 5.25). Jesus, o Bom Pastor, também disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.27-28). Você já é uma ovelha do rebanho de Jesus? A resposta a essa pergunta tem importância decisiva em relação à eternidade. Você já tem um relacionamento pessoal com Jesus, por tê-lO recebido em sua vida (Jo 1.12)? Você pode dizer com certeza que é um filho de Deus? Se não o pode, pedimos que você dê esse passo decisivo ainda hoje!
• Quando o Senhor Jesus ressuscitou a Lázaro, lemos que Ele clamou dando uma ordem:"...(Jesus) clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!" (Jo 11.43). Devemos imaginar o seguinte: no decorrer dos tempos, milhões de pessoas crentes no Senhor Jesus dormiram, ou seja, faleceram. Aí chega a hora do arrebatamento. O Senhor se levanta do Seu trono e clama: "Vem para fora!" Então as sepulturas se abrirão, e nenhum dos que foram comprados pelo Seu sangue ficará para trás. Não importa se seus corpos foram queimados, se morreram contaminados por radiação nuclear ou se estão nas profundezas dos mares – Ele é o Criador, Ele os ressuscitará e os conduzirá ao encontro de seus espíritos/almas.
• No Salmo 33.9 está escrito acerca dEle, o Filho do Altíssimo: "Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir" (compare também Is 55.4).
Essa "palavra de ordem" do Senhor vem da linguagem militar. Ela é semelhante à voz de comando de um general que chama suas tropas para o combate. Por ocasião do arrebatamento, o General celestial dará ordem às tropas que lutam por Ele, que deveriam estar revestidas de toda a armadura espiritual (Ef 6.11ss), para que deixem o campo de batalha sobre a terra e venham com Ele para a Sua glória.

Quarta certeza: a voz do arcanjo

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A designação "arcanjo" se aplica a apenas um anjo na Bíblia, isto é, a Miguel: "Contudo, o arcanjo Miguel..." (Jd 9). Miguel significa "Quem é como Deus?" Este anjo é um dos mais importantes em hierarquia (Dn 10.13).
No tempo de Daniel, Miguel lutou contra um príncipe dos demônios no mundo celestial e veio ajudar Gabriel, para que este pudesse confirmar a Daniel que suas orações haviam sido atendidas (Dn 10.12-14 e 21). Anteriormente este arcanjo também lutou com Satanás pelo corpo de Moisés: "Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o Diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo difamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!" (Jd 9). No final, Miguel e seus exércitos de anjos lutarão contra os exércitos de demônios de Satanás, os vencerão e lançarão sobre a terra para que não tenham mais acesso ao céu (Ap 12.7-9).
Boa Semente
Por que se ouvirá a voz do arcanjo Miguel no momento do arrebatamento? Por que e para que ele levantará a sua voz – após a palavra de ordem do Senhor para o arrebatamento? A chave ou a resposta para isso está nas significativas palavras do arcanjo Gabriel ao judeu Daniel: "Mas eu te declararei o que está expresso na escritura da verdade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aqueles, a não ser Miguel, vosso príncipe" (Dn 10.21). Este arcanjo intervém de modo especial em favor do povo de Israel: "Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo..." (Dn 12.1).
Devemos lembrar que no momento em que o Senhor Jesus Cristo der a ordem para a ressurreição e para o arrebatamento da Sua Igreja, a dispensação da graça terminará. Então o "corpo de Cristo" estará completo, então o Pentecoste em sentido inverso (a retirada do Espírito Santo) acontecerá e a Igreja será levada para o céu.
Depois disso será restabelecida novamente uma espécie de "situação do Antigo Testamento" – a conexão entre a 69ª e a 70ª semana de anos de Daniel. Lembremo-nos apenas do quinto selo e daqueles na Grande Tribulação "...que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Ap 6.9-10). Conforme meu entendimento, estes não pertencem à Igreja, pois verdadeiros discípulos de Jesus não pedem vingança. Pelo contrário. Ao morrer apedrejado pelos fariseus e escribas, Estevão clamou: ‘Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz:Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu" (At 7.59-60).Quanto às condições típicas do Antigo Testamento durante a Grande Tribulação, lembremos também das duas testemunhas, que farão milagres, ferirão a terra com toda sorte de flagelos e farão sair fogo das suas bocas para devorar os inimigos (Ap 11.3-6; compare também Lc 9.54-55).
A Igreja de Jesus era um mistério, ela foi inserida por Deus entre a 69ª e a 70ª semana de anos de Daniel. Depois que ela for arrebatada, começará a 70ª semana de anos (ligada à 69ª semana) de Daniel 9. Enquanto a Igreja estiver na casa do Pai celestial, o mundo e Israel entrarão na Grande Tribulação. Assim, o povo judeu passará outra vez inteiramente para o centro da ação de Deus. Por isso o príncipe angélico de Israel entrará novamente em ação (como no caso de Daniel), e levantará a sua voz. Para quê? Em favor do povo de Israel: "Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro" (Dn 12.1). "Naquele tempo" significa: quando a Igreja tiver sido arrebatada, o anticristo tiver aparecido e a Grande Tribulação tiver começado, o arcanjo Miguel intervirá em favor do povo de Israel, pois então começará a salvação do remanescente de Israel: "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente. Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará... Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão" (Dn 12.2-4 e 10). A voz do arcanjo em geral também é entendida como uma chamada coletiva de reunião e recolhimento dos santos do Antigo Testamento.
Atualmente muitos israelitas já chegaram ao conhecimento mais elevado que existe: eles creram em Jesus Cristo, o seu Messias! E o próprio Senhor acrescenta sempre mais judeus à Sua Igreja, como se conclui pelo seguinte relato:
(...) Cinco pessoas foram batizadas em outubro. Shalom e Ora, um jovem casal israelense, e duas filhas converteram-se através de sua vizinha, que freqüenta regularmente a igreja. "É algo especial", escreve John Pex, "quando jovens judeus reconhecem o seu Messias – principalmente quando um casal se converte e é batizado".
(...) A loja da Sociedade Bíblica em Tel Aviv está muito bem localizada e é visitada por muitos israelenses. Andy Ball, seu diretor, relata o exemplo de uma mulher ortodoxa que comprou um Novo Testamento na loja: ela queria conhecer a fé cristã em primeira mão. Uma funcionária do governo queria um Antigo Testamento em árabe para outra pessoa e nessa oportunidade comprou um Novo Testamento para si própria. A loja bíblica também abastece outras casas de comércio, universidades e hotéis com Novos Testamentos, livros e artigos cristãos... (Amzi 3/98)
Ao profeta Daniel foi ordenado: "Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até ao tempo do fim; muitos o esquadrinharão, e o saber se multiplicará." Que tipo de saber se multiplicará? Resposta: cada vez mais judeus reconhecerão que Jesus é o Messias. Já observamos o início disso hoje em dia. O número de membros das igreja judaico-messiânicas multiplicou-se por 10 nos últimos 30 anos!
Mas, voltando à voz do arcanjo: podemos imaginar que Miguel acompanhará o Senhor quando Ele vier buscar a Sua Igreja. A Bíblia Viva diz: "Pois o próprio Senhor descerá do céu com um potente clamor, com o vibrante brado do arcanjo e com o vigoroso toque de trombeta de Deus" (1 Ts 4.16). Evidentemente o Senhor não teria necessidade desse acompanhamento, mas parece que o arcanjo Miguel é o guerreiro que atua nos ares contra Satanás (Daniel 10), e como Israel terá entrado em cena novamente, o arcanjo intervirá lutando em favor do povo da aliança de Deus.
O arrebatamento da Igreja de Jesus (toda pessoa salva, seja judeu ou gentio, será retirada da terra) provocará um golpe repentino, dramático e inimaginável na história da humanidade que ficará para trás. Esse acontecimento revolucionário desencadeará uma série de outros acontecimentos subseqüentes. Queremos destacar um deles:

Em Israel irromperá um avivamento

Romanos 11.25 diz de maneira bem clara: "Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios (na Igreja de Jesus)." Quando a plenitude dos gentios (das nações) tiver entrado no "corpo de Cristo", ele será levado para o céu. Aí terminará o endurecimento de Israel, sua cegueira acabará.
Então muitos judeus chegarão ao saber de Daniel 12.4, entendendo que o Senhor Jesus é o seu Messias. É muito provável que nos dias após o arrebatamento milhares e milhares de judeus se converterão a Jesus, à semelhança do que aconteceu no começo da Igreja no livro de Atos. Então brotará e nascerá a semente do Evangelho espalhada oralmente e de forma impressa pelos judeus messiânicos, que nesse tempo também terão sido arrebatados. Os que ficarem para trás, familiares, amigos, colegas, etc., procurarão Bíblias, livros e outras publicações cristãs deixadas pelos arrebatados. Eles se lembrarão daquilo que leram e ouviram, de comentários bíblicos e pregações sobre a esperança pelo Messias. Essa esperança já germina atualmente no coração de muitos judeus.
Depois do arrebatamento aparecerão também os 144.000 selados de Israel (Ap 7.4-8) e as duas testemunhas (Ap 11.3ss). Cada vez mais judeus se converterão e levarão o Evangelho ao seu próprio povo e aos gentios. Nisto os judeus terão uma grande vantagem, pelo fato de terem sido espalhados por todo o mundo e dominarem muitas línguas diferentes.
Mas, para sermos exatos, devemos dizer também que nem todos os judeus se converterão. Muitos, especialmente os ligados ao governo, farão a aliança com o anticristo, isto é, com o líder romano [europeu] (Dn 9.26-27; Ap 13.1; Is 28.14-16). Quando fala desse tempo, também Daniel diz que muitos serão purificados (converter-se-ão), mas muitos permanecerão ímpios; que muitos entenderão, mas muitos outros não entenderão (Dn 12.10). Apenas um remanescente será salvo, como se vê claramente em outras passagens das Escrituras (por exemplo, em Rm 9.27; Ez 20.33-38). Mas atrás de todo esse remanescente crente se colocará o arcanjo Miguel como príncipe de Israel. No arrebatamento ele levantará a sua voz, porque terá chegado sua hora para agir em favor do remanescente de Israel.
Como vimos, em nossos dias muitos israelitas estão crendo no seu Messias, em Jesus Cristo. Será que o Senhor está preparando o Seu povo para o arrebatamento e a Grande Tribulação? Será que Ele o faz porque a hora já está muito adiantada?

Quinta certeza: a trombeta de Deus

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro" (1 Ts 4.16). A trombeta de Deus aqui mencionada é a mesma de 1 Coríntios 15.52: "...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." Esta trombeta de Deus chamará todos os santos de todos os tempos para a casa do Pai.
Por que ela é chamada de "última trombeta"? Porque então a dispensação da graça chegará ao fim. A dispensação da anunciação do Evangelho da graça começou com uma "trombeta" e terminará com uma trombeta. Por que ela começou com uma "trombeta"? Porque podemos dizer que a pregação do Evangelho "repercutiu", "ressoou" ou foi "trombeteada". Por exemplo, a frase: "Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor..." (1 Ts 1.8), significa literalmente: "porque vocês trombetearam a palavra do Senhor". Em Romanos 10.18 está escrito: "Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo."
A trombeta do Evangelho conclamando para a salvação em Jesus Cristo ressoou por quase dois mil anos. Em breve se ouvirá a última trombeta, o Evangelho deixará de ser pregado, a dispensação da graça chegará ao fim e a Igreja estará concluída, a sua plenitude terá sido alcançada. A Igreja será chamada para subir à casa do Pai.
Em que será que pensaram os tessalonicences, que em grande parte eram judeus, quando Paulo escreveu sobre a trombeta? O Apocalipse ainda não existia, portanto eles ainda não sabiam nada sobre as sete trombetas de juízo ali descritas. Por isso, certamente eles pensaram na trombeta da salvação de Números 10.2-10. Nesse trecho do Antigo Testamento são mencionadas duas trombetas que eram tocadas em certas ocasiões. A ordem de Deus dizia: "Faze duas trombetas de prata; de obra batida as farás; servir-te-ão para convocares a congregação e para a partida dos arraiais" (Nm 10.2). Por um lado, portanto, estas trombetas de prata eram tocadas para convocar, chamar, juntar e reunir, e por outro lado para levantar acampamento e partir. Isso não tem sentido profético? Convocação (chamamento) = pregação do Evangelho para vir a Jesus ("muitos são chamados..."), até que a plenitude estiver reunida. Partida = ressurreição/arrebatamento para a casa do Pai.
É interessante verificar que essas trombetas deviam ser confeccionadas de prata. Que prata era usada para essa finalidade? O siclo de prata do resgate [salvação] (Êx 30.12-13). Esses siclos eram dados como pagamento de resgate pela vida dos israelitas, para que não houvesse entre eles nenhuma praga. Isso também nos faz lembrar das 30 moedas de prata que foram pagas pela prisão do Senhor Jesus, que obteve a nossa salvação na cruz.
As diferentes maneiras de tocar as trombetas significavam, entre outras coisas, o seguinte:
a) Quando as duas trombetas eram tocadas de maneira normal, isso servia para o chamamento e ajuntamento de toda a congregação na porta da tenda da congregação (Nm 10.3) = um chamamento para salvação.
b) Quando as trombetas eram tocadas a rebate, fortemente, como "sinal de alarme", isso indicava a ordem para partir. O último toque da trombeta era o sinal para juntar os pertences e partir = uma maravilhosa ilustração do arrebatamento.
Agora ainda ressoa a trombeta do Evangelho para chamamento e ajuntamento. Mas quando for tocada a última trombeta de Deus como "sinal de alarme" para o arrebatamento, ao mesmo tempo isto será um sinal para o ajuntamento de Israel, porque então terá chegado o tempo do seu salvamento. É o que se conclui de Números 10.9: "Quando, na vossa terra, sairdes a pelejar contra os opressores que vos apertam, também tocareis as trombetas a rebate, e perante o SENHOR, vosso Deus, haverá lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos."
Depois do arrebatamento virá o opressor, o anticristo, mas o Senhor se lembrará de Israel e no final salvará o Seu povo. Isaías 27.12-13 anuncia isso de maneira muito bonita: "Naquele dia, em que o SENHOR debulhará o seu cereal desde o Eufrates até ao ribeiro do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um. Naquele dia, se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria e os que forem desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e adorarão ao SENHOR no monte santo de Jerusalém."
Pelos motivos já mencionados e os que vamos acrescentar, a trombeta de Deus para o arrebatamento, segundo o meu entendimento, não equivale às sete trombetas do Apocalipse (capítulos 8-11).
• A trombeta de Deus para o arrebatamento anuncia a conclusão da era da graça. Trata-se da trombeta da salvação. No seu som temos a salvação, o perdão e a vitória do Evangelho. Ela ressoa principalmente para a Igreja, mas também para Israel, no sentido de que então o remanescente será reunido.
• As trombetas tocadas pelos anjos em Apocalipse, entretanto, são todas trombetas de juízo sobre o mundo das nações que rejeitou a Cristo. Além disso, os vinte e quatro anciãos (a Igreja, veja Ap 4.9-11) já se encontram no céu por ocasião da sétima trombeta e anunciam a volta de Jesus e Seu reino (Ap 11.15-17ss).
• É muito interessante observar que outras traduções de 1 Tesalonisences 4.16, por exemplo a Edição Corrigida e Revisada, dizem: "...Porque o mesmo Senhor descerá do céu... com a trombeta de Deus...". Isto quer dizer que o próprio Senhor – como Sumo Sacerdote da Sua Igreja – tocará a trombeta, porque ela estará na Sua mão. Ele mesmo chamará os Seus para casa. Ele mesmo dará a ordem e o sinal para a retirada da Sua Igreja. Segundo o meu entendimento, isso também é o mais provável, pois a trombeta é chamada de "trombeta de Deus", e Jesus Cristo é Deus (Tt 2.13; 1 Jo 5.20). Por que não seria o Salvador que haveria de chamar os Seus salvos? Aliás, no Antigo Testamento apenas os sacerdotes podiam tocar as trombetas. E Jesus é o Sumo Sacerdote, não um anjo qualquer. As sete trombetas de juízo (Ap 8.6-9,12; 11.15) são empunhadas e tocadas por anjos. Por isso, deve haver uma diferença entre a trombeta do arrebatamento e as sete trombetas de juízo.

Sexta certeza: ressurreição e arrebatamento

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor" (1 Ts 4.16-17). Não se trata aqui de uma ressurreição geral. Somente os mortos emCristo e os vivos em Cristo serão ressuscitados ou transformados. Todos os demais mortos permanecerão nas suas sepulturas até o dia do juízo final. O que é descrito aqui é uma ressurreição seletiva dentre os mortos e realmente diz respeito somente àqueles que estãoem Cristo.
Em João 5.28-29 o Senhor mencionou duas diferentes ressurreições: "Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo." E quando Jesus desceu do monte com Seus discípulos depois da Sua transfiguração, Ele lhes disse algo que muito os admirou e que até então eles ainda não tinham ouvido. Trata-se de uma expressão totalmente nova em relação ao arrebatamento: "Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. Eles guardaram a recomendação, perguntando uns aos outros que seria o ressuscitar dentre os mortos?" (Mc 9.9-10).
Jesus foi o primeiro que ressuscitou dentre os mortos (At 26.23; Cl 1.18; 1 Co 15.20). Também 1 Coríntios 15.23 fala disso: "Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda." Esta afirmação, em conexão com 1 Tessalonicences 4.16, explica que todos os que estão em Cristo ressuscitarão dentre os mortos. Esta é a chamada "primeira ressurreição" (Ap 20.5-6). As outras pessoas, as que não estavam em Jesus, que não pertenciam a Ele pela fé salvadora e, assim, não tinham um relacionamento pessoal com Ele, serão ressuscitadas mil anos mais tarde e então irão para o inferno (Ap 20.11-15).
Na primeira ressurreição/arrebatamento o Senhor Jesus deixará o Seu trono e, vindo do céu (da casa do Pai), aparecerá nos ares (1 Ts 4.17). Ele não virá de maneira visível sobre a terra, mas permanecerá na atmosfera superior. Os espíritos/almas dos que dormiram nEle O acompanharão, como provavelmente também o arcanjo Miguel. Então serão ressuscitados primeiro os corpos dos que morreram em Cristo. Logo a seguir, os corpos dos que ainda estiverem vivos serão transformados. Então a Igreja será arrebatada coletivamente ao encontro do Senhor nos ares, entre nuvens, e Ele levará Sua noiva para a casa do Pai. A Igreja terá então deixado seu lugar na terra e João 14.1-6 estará cumprido. Tudo isso naturalmente acontecerá numa fração de segundos (comp. 1 Co 15.51-53).

Sétima certeza: estar para sempre com o Senhor

"...e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts 4.17-18). Esta garantia: "...estaremos para sempre com o Senhor", é um consolo eterno acima de tudo o que é passageiro neste mundo... A partir desse momento, nada mais estará sujeito à morte para qualquer filho de Deus. Todas as tristezas do passado, todas as misérias e tentações, todas as perguntas, tudo será esquecido e respondido por este fato: "...estaremos para sempre com o Senhor." "Estaremos para sempre com o Senhor" significa que a Igreja estará sempre onde Jesus estiver; ela participará de toda a Sua riqueza divina. Então se cumprirá o que está escrito em Tito 2.13:
"...aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus."
"Aguardando ansiosamente aquele tempo quando se verá a sua glória – a glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo" (A Bíblia Viva).
Mas quem não tem Jesus cai num abismo insondável de desespero. Aquele que não tem Jesus perde a bendita e eterna esperança. Justamente nesta passagem da ressurreição e do arrebatamento, a Bíblia nos mostra que haverá pessoas que estarão dentro (1 Ts 4.16) e pessoas que estarão fora (v.12), que haverá pessoas cheias de esperança e pessoas sem esperança (v.13), pessoas que estarão para sempre com o Senhor e pessoas eternamente separadas dEle (v.17), pessoas consoladas e pessoas sem consolo (v.18). Aquele que nãoestá em Cristo não tem nenhum relacionamento com Deus; tal pessoa está "fora", sem esperança, porque não tem lar. Uma pessoa sem Jesus ficará eternamente sem consolo e sem paz.
Como você pode ganhar o direito de morar na casa do Pai celestial, adquirir a esperança de "estar para sempre com o Senhor" e transmitir esse consolo também para outros? Decidindo-se por Jesus Cristo e por Sua obra de salvação consumada na cruz – também por você. Se você aceitar isso pela fé, 1 Tessalonicenses 4.14-18 realmente se cumprirá também em sua vida. Por isso, decida-se totalmente por Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo! A Palavra do Deus Eterno lhe diz em Jó 11.13 e 18: "Se dispuseres o coração e estenderes as mãos para Deus... Sentir-te-ás seguro, porque haverá esperança". (Norbert Lieth -http://www.chamada.com.br)